Cabras Podem Ajudar a Salvar Cooperativa Agrícola de Vagos

A criação de cabras para venda de carne e leite foi a possibilidade encontrada pela Cooperativa Agrícola de Vagos (CAV) para recuperar financeiramente a instituição e indicar, aos agricultores do concelho, que há alternativas rentáveis às actuais actividades. Grande parte dos vaguenses estão ligados ao sector primário, através da produção de hortícolas e criação de gado, mas factores como a falta de modernização das práticas, a pequena dimensão das parcelas, o envelhecimento da população e as obrigações da Política Agrícola Comum, fizeram com que a terra e os animais deixassem de ser rentáveis.

Vagos, que nos anos 80 foi o maior concelho produtor nacional de leite de vaca, continua a possuir muitos terrenos, a maioria dos quais votados ao abandono ou cultivados meramente para o sustento do lar. O presidente da CAV, João Marques, espera que este novo projecto na área da caprinicultura sirva “de exemplo”, “mostrando aos produtores que, para além da agricultura tradicional e criação de vacas, que já não são rentáveis, há outras actividades”.

Segundo João Marques, “o investimento e as estruturas são mais pequenos, os animais reproduzem-se mais depressa, o leite é melhor pago (0,45 euros contra os 0,25 do leite de vaca) e não há limitação de quotas”. Os animais também não requerem pastagens ao ar livre, ficando confinados aos pavilhões ou cabriteiros. “Não temos tido qualquer dificuldade em escoar os produtos. É um novo mercado no qual devemos apostar”, afirma. O projecto foi instalado recentemente na Quinta da Mónica. Um rebanho de 157 cabras Sanen foi adquirido em França. “A opção pelas cabras francesas deveu-se à oportunidade de comprar um rebanho completo de uma boa raça e com as fêmeas ‘cheias’, justifica João Marques.

O investimento cifrou-se em 76800 euros, 32125 dos quais para aquisição dos animais e o resto para construção de infra-estruturas. Este ano, a Direcção da cooperativa perspectiva obter mais de 60 mil euros de receitas, investindo parte do dinheiro em construção de fossas, prados, material de inseminação e ecógrafo. “Se conseguirmos demonstrar que, a curto prazo, o projecto tem um elevado grau de rentabilidade, penso que outros produtores nos vão seguir as pisadas”, revela João Marques ao JN.

Fonte: Anil

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