Brasil pode voltar à condição de importador em 2009

A importação pelo Brasil de 10.000 toneladas de leite em pó em Janeiro, equivalente a quase 90 milhões de litros de leite, é um sinal do que pode vir a acontecer neste primeiro semestre. Caso a tendência se confirme, com a redução natural da oferta nos próximos meses, as importações tenderão a intensificar-se.

Desde Janeiro de 2007 o Brasil não tinha déficit na balança comercial do sector lácteo (para os cálculos, foram considerados os produtos do capítulo 04 da Nomenclatura Comum – leite UHT, leite em pó, leite condensado, creme de leite, leite evaporado, iogurte, manteiga, soro de leite e queijos – e leite modificado e doce de leite, do capítulo 09).

Hoje, há empresas a trazer leite em pó da Argentina e Uruguai, a um custo equivalente de cerca de 0,50 reais/litro (na ordem dos 0,17 euros por litro). Além disso, algumas empresas, precavendo-se de uma possível escassez de leite nos próximos meses, estão a garantir o seu aprovisionamento nos países vizinhos. Essa prática coloca um tecto natural nos preços de leite, tanto pelo volume importado, que é significativo, como pela referência dos preços externos.

Resta saber se os stocks da Argentina e Uruguai serão suficientes para cobrir a procura adicional do Brasil e se as importações continuarão nesse ritmo. Se não forem suficientes, será necessário trazer mais leite de fora do Mercosul, pagando taxas de importação de 27 por cento e, em alguns casos, tarifa antidumping, o que gera um potencial descolamento entre preços internos e externos, com espaço para elevação mais significativa dos preços.

De qualquer forma, as importações aos preços actualmente vigentes preocupam e podem significar um retrocesso no crescimento da produção interna, na geração de empregos e nos planos de exportação.

Fonte: Anil

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