ASAE apreende dez toneladas de alimentos em putrefacção

Cerca de dez toneladas de alimentos fora de validade e já putrefactos, mas prontos a entrar no circuito comercial a qualquer momento, foram ontem apreendidos pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) num entreposto frigorífico, situado no concelho de Sintra. Os produtos confiscados – alguns com data de validade expirada em 2001 – encontravam-se numa das duas arcas frigoríficas do armazém, que foi alugado por três empresas portuguesas do sector da distribuição alimentar. A investigação da ASAE irá agora tentar apurar qual seria o destino da mercadoria e as relações comerciais entre os três operadores e eventuais superfícies comerciais ou restaurantes.

Diverso pescado amarelecido ou com um odor forte, importado de países asiáticos, salsichas – que, alegadamente, seriam vendidas ao consumidor como frescas – acondicionadas em caixas e milhares de pacotes de batatas fatiadas pré-congeladas, de origem espanhola, apresentavam-se queimados pelo gelo, desidratados e, muitos deles, alterados. Os produtos irão ser analisados por uma equipa veterinária e posteriormente destruídos.

Um dos métodos utilizados pelas três empresas para introduzir no mercado tais alimentos passaria por colocá-los no meio de produtos dentro da validade e assim passarem despercebidos. “Mas há aqueles operadores que não o conseguem fazer e acabam por abandonar o produto sem controlo, que pode ser o que temos aqui”, disse, ao JN, o inspector-geral da ASAE, António Nunes, que acompanhou as operações de recolha do material, que duraram todo o dia de ontem. Segundo aquele dirigente, a investigação prosseguirá para identificar em que circuito comercial tais produtos iriam entrar. “Até podemos vir a encontrar mais alimentos das empresas, noutros locais e noutras circunstâncias”, acrescentou António Nunes.

Coordenada por três inspectores, a operação acabou por incidir num armazém, alugado por diversas empresas de distribuição de alimentos, onde já há quatro anos haviam sido encontradas, pela então Inspecção-geral das Actividades Económicas, sete toneladas de camarão fora de validade.

Fonte: Jornal de Notícias

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