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Enólogos franceses relativizaram hoje os efeitos negativos das alterações climáticas sobre a qualidade do vinho, num congresso sobre este tema que decorre em Barcelona.
“A minha opinião é que se deve relativizar” porque no hemisfério Norte, as alterações climáticas “ainda não são um problema para o vinho”, e no Sul, a Argentina e o Chile, por exemplo, “apresentam um enorme potencial e não têm problemas de água”, declarou o enólogo Jacques Lurton.
Em algumas regiões francesas, como a região vinícola de Bordéus, Alsácia ou Moselle, “trabalha-se o vinho nos limites climáticos” mas “ainda existe margem”, explicou o viticultor que participou no II Congresso sobre as consequências das alterações climáticas sobre a produção e qualidade do vinho.
O especialista aposta “numa mudança do estilo de vinho daqui a 20 anos, com um Cabernet Sauvignon de Bordéus talvez mais próximo dos que são actualmente produzidos em Napa Valley, na Califórnia”.
Segundo o enólogo Michel Rolland, “as alterações climáticas não fizeram evoluir as técnicas de produção, mas seria talvez necessário que as mentalidades evoluíssem”.
“É preciso que os produtores consumam menos água, menos energia e pratiquem uma agricultura limpa. Se não respeitarmos estas práticas, a qualidade do vinho não será melhorada”, considerou.
Outros especialistas tinham avançado cenários mais alarmistas sexta-feira, prevendo o surgimento de vinhos mais “duros” e menos aromáticos.
“As consequências do aquecimento global já se fazem sentir. A vindima já se faz dez dias mais cedo do que antes em quase todas as regiões vinícolas”, salientou Bernard Seguin.
O congresso termina hoje com uma video-conferência do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, actualmente reconhecido como um acérrimo defensor da luta contra as alterações climáticas.
Fonte: Agroportal
