Alimentação: Bacalhau ajuda na dieta e no combate ao cancro

As dietas com base em peixe, sobretudo bacalhau, são essenciais em programas de emagrecimento e aumentam o potencial anti-oxidante do sangue reforçando as vantagens anticancerígenas, revela um estudo europeu hoje apresentado e que conta com a participação de Portugal.

A presença benéfica dos ácidos gordos ómega 3 no peixe e marisco já tinha sido demonstrada por pesquisas anteriores, mas os investigadores descobriram também que o peixe branco pode ter um efeito anti-inflamatório importante na prevenção do cancro do cólon e do intestino, que são muito comuns nas populações europeias.

“Onde o consumo de peixe é maior, a incidência do cancro do cólon é menor”, sublinhou o coordenador do projecto Seafood Plus Torger Borresen.

Este é um dos 12 projectos de pesquisa europeus relacionados com segurança e qualidade alimentar, cujos resultados preliminares foram hoje apresentados em Bruxelas, no âmbito de um programa europeu (FP6) que conta com um orçamento de 17,5 mil milhões de euros. O Seafood Plus é um projecto integrado de larga escala que visa estudar a produção, comercialização e consumo de pescado e os seus efeitos na saúde.

O projecto tem a participação de instituições de 17 países europeus, entre as quais o Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), e contou com um financiamento de 14,4 milhões de euros.

O Seafood Plus envolve 20 projectos que estão a ser trabalhados em seis áreas distintas relacionadas com os produtos do mar: nutrição humana, comportamento do consumidor e bem-estar, segurança, da fonte à colocação do mercado, aquacultura e traceabilidade dos produtos do mar para aumentar a confiança dos consumidores.

As primeiras conclusões confirmam os benefícios do peixe para a saúde, mas mostram também que este alimento é importante para perder peso.

Os cientistas testaram a utilização de uma dieta com base em peixe e detectaram uma perda média de peso de 6,5 quilos nos homens e 4,2 quilos nas mulheres.

Foram testadas quatro dietas ao longo de oito semanas em sujeitos obeso s: dieta de controlo (sem peixe), dieta de peixe magro (3×150 gramas por semana) , dieta de peixe gordo (3×150 gramas) e dieta com cápsulas de óleo de peixe (6 por dia).

“Embora todas as dietas tenham provocado perda de peso, esta foi mais acentuada no caso das dietas à base de peixe (menos 2,5 quilos)”, adiantou o responsável do Seafood.

No caso dos homens, o efeito foi mais rápido: os homens perderam um quilo mais em quatro semanas nas dietas de peixe magro e óleo de peixe comparativamente à dieta de controlo, mas não houve efeitos de perda de peso nas mulheres.

No âmbito do Seafood estão ainda a ser desenvolvidas pesquisas relacionadas com as doenças cardíacas, depressão e osteoporose.

O projecto arrancou em Janeiro de 2004 e termina em Junho de 2008.

Portugal participa ainda noutros três projectos: produção de fruta no Mediterrâneo usando uma técnica de insectos estéreis; melhoria da cultura de leguminosas para alimentação de animais; e qualidade dos alimentos orgânicos.

Os projectos de pesquisa europeus no âmbito do FP6 incidem não só nos benefícios dos alimentos para a saúde, mas também no bem estar dos animais de quinta, não só porque os consumidores exigem padrões de bem estar mais elevados, ma s também porque a melhoria das condições significa melhorar a qualidade dos alimentos.

Fonte: Agroportal

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