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Os produtores de citrinos algarvios revelaram hoje à Lusa que a campanha da laranja do Inverno 2006/2007 está fraca com a fruta a estragar-se e a desvalorizar no mercado, uma consequência das chuvas intensas registadas em Novembro.
“Este ano a campanha da laranja [que começou a 01 de Outubro e vai até à Primavera de 2007] está a correr mal” e a culpa é do “calor que entrou pelo Outono a dentro e das chuvas intensas durante três semanas seguidas em Novembro”, desabafa Horácio Ferreira, da Organização de Produtores (OP) de citrinos Cacial.
O calor prolongado fez com que determinadas pragas, que costumam desaparecer com o frio, tivessem atacado a fruta e esse factor aliado às chuvas intensas que causaram cheias e excesso de humidade fizeram com que a fruta “perdesse a resistência” e que “apodreça mais rapidamente depois de colhida”, explicou o engenheiro da Cacial.
Segundo Horácio Ferreira, as condições climatéricas adversas resultaram “mais devoluções da fruta”, “mais reclamações”, “baixa do preço da laranja” e “prejuízo nas contas, com os valores da fruta a serem abaixo dos valores da indústria”.
A opinião de que as chuvas intensas vieram estragar a campanha da laranja de 2006/2007 é também partilhada por um produtor da OP Real Citrinos, Nuno Mateus, que adiantou à Lusa que as chuvas intensas registadas num curto espaço de tempo levaram a que a laranja apodrecesse mais depressa.
“A laranja não está a sair tão bem como no ano de 2005/2006”, lamenta Nuno Mateus, referindo que o produtor está a sair prejudicado e que para não perder totalmente a fruta colhida dos pomares, tem que recorrer ao escoamento dos citrinos para a industria espanhola, que depois transforma a fruta em sumos e os exporta para o resto da Europa.
As laranjas algarvias são aproveitadas há vários anos por Espanha que com a sua indústria aproveita o sumo e o exporta para o Norte da Europa, como explicaram à Lusa produtores de citrinos do Algarve.
O produtor de laranjas Franklin Rosa, da Farfruta, em Faro, admitiu também que muita fruta ficou estragada com as temperaturas quentes e as chuvas de Novembro que caíram na região do Algarve, e um pouco por todo o País, mas apesar de ter que baixar o preço do produto, admite que a produção está a ser bem escoada.
“”Estamos a vender bem, muitas toneladas de laranja estão a ser escoadas para mercearias e supermercados de todo o País. Vêm cá camiões particulares do Porto e até de Braga”, mencionou Franklin Rosa, satisfeito por não ter fruta a estragar-se nos armazéns.
Alguma da laranja que não obedece ao tamanho estipulado pelo mercado, a maior ou a mais pequena, segue para a fábrica de sumos em Silves, que é explorada no Algarve por espanhóis, adiantou ainda o produtor de citrinos de Faro.
Fonte: Agroportal
