Álcool: Jovens pouco informados sobre riscos do consumo

Os jovens consideram-se informados sobre os riscos do consumo de álcool, mas na realidade os seus conhecimentos são reduzidos, de acordo com um estudo hoje divulgado.

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) realizou um questionário a 1.540 alunos, na sua maioria entre os 16 e os 18 anos, sobre conhecimentos e percepção dos riscos do consumo de álcool.

Cerca de 80 por cento dos inquiridos considera ter conhecimentos suficientes sobre a matéria, revelou Miguel Lago, representante da Cruz Vermelha responsável pelo projecto «Copos – quem decide és tu».

No entanto, quando questionados sobre se «o álcool é uma droga», muitos dos que afirmavam conhecer o tema responderam negativamente. Para Miguel Lago esta resposta significa que os jovens têm pouca percepção do risco. Entre os grupos mais preocupantes encontram-se os mais novos, já que «a percepção vai aumentando com a idade», e os alunos que vivem em zonas não urbanas, onde apenas cerca de metade respondeu afirmativamente.

«Nas zonas não urbanas temos um problema sério de consumo precoce» que pode justificar porque é que cerca de metade dos jovens não vê o álcool como uma droga, sublinhou.

Outra das respostas que preocupa o responsável, prende-se com o facto de mais de 80 por cento dos alunos reconhecer que nem sempre «têm noção dos riscos que correm».

Para Miguel Lago, a publicidade e a cultura do álcool enquanto substância de sociabilidade ajudam a fortalecer uma cultura juvenil que funciona como um obstáculo ao fim de certos preconceitos culturais.

Contra esta situação, a CVP lançou em 2005 um programa para informar os jovens sobre os riscos do consumo de álcool para que possam tomar decisões conscientes.

No ano passado, a CVP realizou 134 acções de sensibilização para os riscos do consumo e debates. Em parceria com o Instituto da Droga e Toxicodependência, no passado ano lectivo, participaram no programa 3.992 alunos de 23 escolas. Este ano, a CVP espera abranger seis mil jovens.

De acordo com um estudo de 2002 sobre «Os jovens portugueses e o álcool», nos últimos anos, os consumos têm aumentado «significativamente» junto da população juvenil.

Os fins-de-semana são os momentos em que se verificam os picos de «consumo abusivos de bebidas destiladas», normalmente associados a outras substâncias psicotrópicas.

O estudo detectou ainda a existência de um preconceito na mentalidade dos adolescentes e jovens que vê os consumos excessivos como «forma de afirmação individual» e «expressão de maturidade».

Fonte: Diário Digital

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