Adivinham-se problemas com o abastecimento de soja na UE

Existe nos sectores europeus da Alimentação Animal e da Pecuária uma grande preocupação em relação à iminente aparição nos mercados cerealíferos internacionais de novos tipos de soja geneticamente modificada, um fenómeno que, devido aos problemas políticos e burocráticos da UE com o dossier OGM, poderá colapsar ou encarecer fortemente o abastecimento de soja à Europa, com importantes consequências ao nível da competitividade e preços da alimentação animal e pecuária.

Na próxima primavera serão semeados nos Estados Unidos, ainda em quantidades limitadas, novos tipos de soja OGM, que poderão estar disponíveis para as sementeiras de final de ano da Argentina e Brasil. Estes três países representam mais de 85 por cento das exportações de soja à escala mundial.

Esta situação significa que é muito provável que a soja das próximas colheitas apresentem vestígios de OGM não autorizados na UE, o que poderá dificultar e até bloquear a possibilidade de importação e comercialização, devido à política de intolerância total em relação a OGM não autorizados por parte da UE.

Para a Federação Europeia de Fabricantes de Alimentos Compostos para Animais (FEFAC), este fenómeno decorre do diferencial de tempo entre as aprovações de novos transgénicos nos EUA e na União Europeia que poderá levar a perdas e graves consequências na produção de gado europeia, em especial para a mais dependente das importações de soja e outras matérias-primas, como seria o caso dos produtores de suínos e aves. O paradoxo seria que uma eventual diminuição da produção europeia poderia trazer como consequência um aumento das importações de produtos pecuários provenientes dos mesmos países que produzem a nova soja OGM não autorizada que causa o problema.

Muitas organizações de produtores de gado da UE já solicitaram que se trate de alcançar uma solução para este problema iminente, propondo uma política diferenciada com os OGM, admitindo uma certa tolerância com os que tenham pareceres favoráveis da Agência Europeia de Segurança dos Alimentos (AESA), ainda que estas espécies não estejam ainda formalmente aprovadas devido a demoras na tramitação processual do comitologia.

Fonte: Anil

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