Açores: Produtores criam associação de raça bovina “Ramo Grande”

A futura associação de produtores de gado “Ramo Grande” a única raça bovina autóctone dos Açores, deu um passo importante para a sua criação com a assinatura de um protocolo entre dezenas de produtores e o governo regional.

Os produtores deste tipo de gado, que esteve em vias de extinção no arquipélago devido à opção dos agricultores por outras espécies bovinas, pretendem criar a associação para promover e divulgar a raça como «produto de excelência», afirmou João Sequeira, um dos signatários do acordo, em declarações à Lusa.

Segundo o criador de gado “Ramo Grande” «esta raça tem várias virtudes», frisou o produtor de S. Jorge, a ilha do arquipélago dos Açores onde existe maior produção desta espécie que serve para produzir leite e carne, para além de ser usada como animal de trabalho ou para exibição em desfiles etnográficos.

Apesar destas múltiplas utilizações, é a carne do gado “Ramo Grande” e a distingue das restantes espécies bovinas que existem na região. «A carne é muito boa, embora um pouco mais ácida que as outras», salientou João Sequeira, defendendo que «deve ser apresentada em qualquer prato regional como um produto de excelência».

O número de animais desta raça tem vindo a aumentar nas ilhas açorianas desde 1996, depois de um período de declínio, estando a recuperação ligada a iniciativas de apoio aos criadores promovidas pelo governo regional. «O núcleo de animais puros desta raça nos Açores mais do que quadruplicou em apenas 10 anos», frisou o secretário regional da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, na cerimónia de assinatura do protocolo.

Noé Rodrigues adiantou que este trabalho deve continuar a ser desenvolvido nos Açores, não apenas pelo Governo, mas também em parceria com a associação que vai ser criada pelos produtores.

A origem da raça “Ramo Grande” está ligada ao povoamento dos Açores e, segundo investigações e crónicas da época, terá tido como base as raças Galega, Alentejana, Flamenga e Mirandesa.

Esta raça possui, em termos técnicos, uma «elevada longevidade e um bom temperamento», o que lhe confere uma boa adaptação às pastagens açorianas, quando comparada com outras raças bovinas exploradas nos Açores.

Fonte: Confagri

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