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A produção de vinho nos Açores deverá sofrer, este ano, uma redução para metade dos 1,2 milhões de litros produzidos em 2004, indicam estimativas oficiais hoje divulgadas.
Miguel Amorim, director dos serviços de Desenvolvimento Rural da região, adiantou à agência Lusa que as quebras deverão ser da ordem dos 40 por cento nas ilhas do Pico e São Miguel, 50 por cento na Terceira e de 60 ou mais por cento na Graciosa.
A baixa da produção deve-se “às más condições climatéricas” no arquipélago na campanha deste ano, adiantou o responsável.
Em 2004, os Açores produziram 700 mil litros de vinho de castas europeias – Arinto, Terrantês e, predominantemente, Verdelho – e 500 mil litros de vinho americano da casta Isabella, conhecido na região por “vinho de cheiro”.
Segundo Miguel Amorim, o aumento de produção de duzentos mil litros verificado no último ano em relação a 2003 deveu-se a condições climatéricas muito favoráveis, que não se repetiram este ano.
Nos Açores são comercializadas cerca de duas dezenas de marcas de vinhos de mesa, licoroso e regional oficialmente reconhecidas.
A primeira fase de produção vitivinícola dos Açores decorreu até 1845, com produções que chegaram a atingir mais de 50 milhões de litros numa área de cultura estimada em 16 mil hectares, cerca de 10,5 por cento da superfície agrícola útil (SAU) da região.
Actualmente, entre terrenos de vinha abandonados e terrenos com castas americanas e europeias, subsistem cerca de 2,7 mil hectares, uma redução considerável em favor das áreas de pastagem.
Em 1994, foi aprovado o estatuto das Zonas Vitivinícolas dos Biscoitos na Ilha Terceira, Pico e Graciosa, criando-se assim três regiões demarcadas, as duas primeiras para produção de vinhos licorosos (VLQPRD) e a Graciosa para vinhos de qualidade (VQPRD).
Para corresponder às exigências comunitárias, os Açores reestruturaram, entre 1992 e 2002, cerca de 180 hectares em mais de três centenas de explorações das ilhas do Pico, Terceira e Graciosa.
Actualmente estão em reestruturação, desde 2002, cerca de 47 hectares de vinha nas ilhas de São Miguel, Terceira, Graciosa, Pico e São Jorge, apoiados em 814 mil euros através do programa comunitário “VITIS”.
Fonte: Lusa
