A contas com a obesidade

“Num período em que diariamente somos bombardeados com contas de milhões e ouvimos falar de manhã à noite da redução do défice, há um balanço que continua a ser mal feito e que, mais que mexer nos bolsos, mexe com a saúde dos portugueses”, refere o director-geral da FIPA, Pedro Queiroz, em artigo de opinião publicado no diário I.

“Embora a conta não seja muito complicada, pois assenta no princípio da subtracção da energia gasta à ingestão calórica, os resultados positivos não são fáceis de atingir e, num número crescente de casos, estão a conduzir a conclusões pouco animadoras, que se traduzem em excesso de peso e obesidade. Sabe-se que este problema é complexo e que a solução nunca será encontrada se não forem consideradas as variáveis intrínsecas e extrínsecas.

Nos seus princípios orientadores, a Organização Mundial da Saúde tem vindo a sublinhar a importância das parcerias entre os vários actores da sociedade que devem ser parte da solução. Também os responsáveis das instituições comunitárias traçam este caminho e reconhecem as suas virtudes.

Indo para além das intenções e contrariando uma tradição pouco dada a estas lides, Portugal soube dar o exemplo ao dinamizar o Conselho Consultivo da Plataforma contra a Obesidade, que veio impulsionar a colaboração entre os vários parceiros, nomeadamente a indústria agro-alimentar, a agricultura, a distribuição, a restauração, os profissionais da saúde e do desporto, os meios de comunicação e as autoridades reguladoras.

No caso particular da indústria agro-alimentar, e se existissem dúvidas quanto à capacidade de se adaptar rapidamente e de forma responsável a novos desafios, as iniciativas já divulgadas publicamente e apresentadas como sérios compromissos no seio do Conselho Consultivo da Plataforma espelham o mérito deste sector, que vê os seus principais eixos de intervenção ligados à reformulação dos produtos, à informação dada aos consumidores e ao marketing responsável.

Os consumidores podem actualmente desfrutar de uma enorme diversidade de alimentos que dão resposta às suas expectativas sensoriais e que oferecem novos padrões de composição e informação nutricional. As mudanças são hoje óbvias e quero acreditar que, a manter–se uma atmosfera de diálogo franco e de iniciativas conjuntas, a nossa conta de subtrair irá começar a dar mais resultados positivos!”, conclui Pedro Queiroz.

Fonte: Anil

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