Até ao final de 2008, cerca de 80 por cento dos produtos alimentares estarão em condições de adoptar o novo plano de rotulagem nutricional nas suas embalagens, adiantou hoje a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA).
Segundo o director-geral da FIPA, Pedro Queiroz, o plano para a rotulagem nutricional consiste, na prática, na inclusão no rótulo de um conjunto de novos símbolos azuis que indicam, de uma forma “mais objectiva e transparente, e de fácil interpretação”, a informação nutricional do produto.
Reconhecendo que a maioria dos consumidores portugueses ignora os rótulos dos produtos alimentares, mas que cada vez mais está consciencializado para a promoção de uma dieta equilibrada, a FIPA decidiu criar este plano para a rotulagem nutricional.
“O grande objectivo é melhorar a informação nutricional que actualmente é disponibilizada no rótulo dos produtos, para que o consumidor possa ter uma noção mais clara do que está a comprar em termos de composição, proporcionando uma escolha informada”, afirmou Pedro Queiroz.
Os novos símbolos azuis não substituem a tabela nutricional, que, de acordo com a lei, tem de ser exibida em todos os rótulos, sendo “uma informação adicional”, onde aparecem termos claros para o consumidor como açúcares, gorduras, calorias e sal.
A introdução deste plano apresenta ainda como novidade o facto da indicação dos Valores Diários de Referência (VDR) dizerem respeito à totalidade do produto contido na embalagem.
“Deixamos de ter um VDR para 100 mililitros quando a embalagem dispõe de 150 mililitros, por exemplo”, adiantou Pedro Queiroz, acrescentando que esta medida permite ao consumidor “abandonar as contas” e “saber exactamente o que está a comer naquela embalagem”.
O plano para a rotulagem nutricional é baseado nos princípios gerais assumidos pela indústria europeia no seio da Confederação Europeia das Indústrias Agro-Alimentares.
A adesão a este plano é voluntária, salientou Pedro Queiroz, acrescentando, contudo, que a aceitação por parte das empresas foi “positiva”.
“Já existem produtos no mercado com este plano”, avançou, esclarecendo, no entanto, que o facto de um determinado produto possuir estes novos símbolos não significa que seja melhor do que aqueles que não os têm no rótulo.
Para Pedro Queiroz, a colocação destes novos símbolos nos rótulos estará dependente de “questões logísticas”, sendo certo que uma empresa precisa sempre de tempo para implementar qualquer inovação.
Fonte: Agroportal