Conservação pelo Calor
- provocar a destruição da maioria ou da totalidade dos microrganismos susceptíveis de alterarem os alimentos
- destruir a totalidade dos microrganismos patogénicos e a maior parte das suas toxinas
- inactivar as enzimas dos alimentos responsáveis pelos fenómenos de autólise.
A acção germicida do calor deve-se à desnaturação das proteínas. Acima de determinada temperatura as proteínas coagulam e perdem as suas propriedades. As diferentes enzimas dos microrganismos são inactivadas progressivamente, implicando a redução do metabolismo até à perda da capacidade de reprodução, sendo, desta forma, diminuída a população de células microbianas desfavoráveis.
Acção do Calor Sobre as Leveduras
Acção do Calor Sobre os Bolores
Acção do Calor Sobre Bactérias Não-Esporuladas
- os cocos são geralmente mais resistentes que os bacilos
- as espécies com temperaturas óptimas elevadas, termófilas, são mais resistentes ao calor do que as psicrófilas e as mesófilas
- as bactérias capsuladas são mais resistentes
- as bactérias quando agrupadas são mais resistentes do que quando estão isoladas.
Acção do Calor Sobre Bactérias Esporuladas
Acção do Calor Sobre as Enzimas
Acção do Calor Sobre as Toxinas Microbianas
Métodos de Conservação pelo Calor
Branqueamento
Consiste em mergulhar os alimentos em água à temperatura de ebulição, ou à sua exposição do vapor durante alguns minutos. Este tratamento utiliza-se em legumes que se destinam à congelação.
Finalidade do Branqueamento
- amolecer os produtos antes da conserva
- inactivar as enzimas
- manter a cor natural dos produtos antes da congelação
Esterilização
Tratamento que consiste em colocar o alimento a tratar numa embalagem estanque, de forma a evitar a contaminação após o tratamento térmico, submetendo-a a um tratamento interno suficientemente intenso e durante um espaço de tempo previamente determinados.
É necessário que o calor destrua ou inactive todos os microrganismos e enzimas que possam alterar o alimento, tornando-o impróprio para consumo. Emprega-se calor húmido e temperatura superior a 100ºC em autoclaves.
Armazenagem à temperatura ambiente durante longos períodos.
Pasteurização
Tratamento térmico que utiliza temperaturas inferiores a 100ºC, com uma duração variável. Geralmente, distinguem-se os seguintes tratamentos:
- H.T.S.T. (alta temperatura curto tempo)
- 70 a 75ºC – 20 a 15 segundos
- L.T.L.T (baixa temperatura tempo longo)
- 62 a 70º C – 30 a 15 minutos
As temperaturas de pasteurização são suficientes para a destruição de microrganismos patogénicos não esporulados. As bactérias termófilas e os esporos bacterianos sobrevivem a este tratamento térmico, pelo que devem ser mantidos no frio, para retardar o seu desenvolvimento. Utiliza-se a pasteurização quando:
- os tratamentos térmicos mais elevados prejudicam as características organolépticas ou o valor nutritivo do alimento
- o objectivo a atingir é destruir os patogénicos sensíveis ao calor
- os microrganismos presentes no alimento não são termorresistentes
- se utiliza, simultaneamente, outros métodos de conservação para impedir o desenvolvimento dos microrganismos sobreviventes.